Tanto lá como cá

Dia 8 de junho, em Kassel, na Alemanha , a documenta abrirá suas portas. Considerada a mostra coletiva mais importante do mundo, reúne o que seleciona como sendo a vanguarda da arte contemporânea mundial.

Kassel foi praticamente destruída pelos bombardeios norte-americanos na 2ª Guerra Mundial. Voltou a existir a partir da documenta. Estive lá nas décadas de 80 e 90.

Comparada à Bienal de Veneza e à de São Paulo, está mais para Beluga do que para minestrone e feijoada. Gastronomia à parte estou escrevendo sobre a documenta pelo seguinte: em 82 a artista norte-americana Jenny Holzer colocou na fachada de um dos prédios da cidade um de seus trabalhos. Jenny é aquela artista que escreve frases intrigantes em todo tipo de material. Néon, mármore, etc. Seus letreiros luminosos são conhecidos mundo afora. Já participou da Bienal de São Paulo. Da de Veneza também. E claro, da documenta.

Pois bem . Os operários que estavam pintando a fachada do prédio detonaram a obra de Holzer. O novo dono do edifício disse que não sabia que se tratava de uma obra de arte. Santa ignorância !!!

Quando há dias o mesmo aconteceu no Largo da Concórdia , Brás, São Paulo, com uma obra que Vito Acconci fez questão de dizer que não tinha nada com o projeto enviado, foi a maior gritaria.

De modo geral os europeus nos tratam com pé atrás. Do alto de seus saltos altos nos olham e tratam como se fossemos quinto mundo, se é que ele existe.

Mas, fatos como o de Kassel demonstram que nas europas errar também é humano.


Carlos von Schmidt
15 de maio. 12,30h 2