Poi aí

Maio foi um mês muito gratificante. Estou vivendo a vida como sempre vivi.

Sem o fantasma da Angina. Liberado pelo Incor. Só não posso exagerar. Se quiser viver mais uns aninhos tenho que ser disciplinado. Não exceder os limites impostos pelos meus 71 anos. Brecar antes de bater. Já subo as escadas do Metrô sem ofegar. Ando longas distâncias , 6, 7 quilômetros sem me cansar. Minha pressão, l2 x 8 é de menino. Enfim, a vida me sorri outra vez. Acho até que estou em vias de me apaixonar. Sim senhor!!! Era só o que faltava ! Obrigado Deus.

E lá vou eu. Abril e maio foram meses de muito trabalho. Foram inúmeros os ateliês que visitei para selecionar obras que reuni para a exposição Arte Hoje. Em cada um encontrei um universo . Um artista que acredita no que faz. Alguns , que conheço desde sempre mas que não via há muito, não lhes falava há séculos. Foi como se o espaço e o tempo que nos manteve distantes, nunca tivesse existido . Como se 10,15 anos não existissem. Tudo fluiu com naturalidade. Fácil. Como deve ser. Sensação boa. Indiscritível. Só quem viveu igual, sabe.

Cada encontro uma emoção. Memórias, lembranças. Pensadas. Não faladas.

Às vezes não acredito que tenha passado tão rápido. Que realmente tenha acontecido. Mas, aconteceu !!! E eu vi, vivi, participei. Às vezes testemunha apenas. Noutras fiz parte da ação.

À medida em que as obras que selecionei vão chegando à galeria e as observo, olhando por longo tempo, penso nos artistas que as criaram . Regozijo-me por eles e agradeço a Deus por existirem. Sem eles o mundo seria bem mais triste.