New York Manhattan Ponto Zero WTC
foto: CNN.com.br


Good morning mister Bush!!!

Acordei hoje às 5,30. Ainda era noite. Vi que não dormiria mais. Afastei a colcha paraguaia que comprei ao lado do Museo Del Barro em 1990 em Assunção e deixei o tatame. Higiene, café. Estava com fome. Xícara grande de Nescafé, puro, forte, duas fatias de pão de centeio, queijo e ovo fritos, cerveja Xingu . Alimentado liguei o computador. Vi as notícias, acessei sites e as sete estava em frente da televisão vendo a CNN na TVA.

Vi e ouvi America Remembers. No vídeo imagens das torres do World Trade Center. Uma das torres encimada por fumaça negra, pesada, grossa. A do norte. A segunda a do sul, sendo atingida pelo Boeing. A explosão, as chamas. A torre norte ruindo.Em uma janela da torre sul alguém desesperado agita uma toalha, um paletó. É a ultima coisa que faz. A torre vem abaixo.

Os âncoras do programa fazem comentários. Surgem imagens de uma fila interminável de pessoas caminhando em direção do Ponto Zero, designação atual do local em que estavam as torres. Hoje, um imenso vazio.

Mais comentários e imagens da redação, de redatores, repórteres, fotógrafos, cameramen, na redação da CNN no dia do ataque terrorista. Encerrado o America Remembers passei para a Globo. Vi o fim do Bom Dia Brasil. Um dos entrevistados, Duran, voz embargada, hiper emocionado fala do que viu. Fala do silêncio após a queda , da poeira e de muitos papéis, voando no ar. Foi o que restou do Word Tarde Centre. Hoje sabemos que além dos papéis 2819 corpos ou o que restou deles também estavam ali.

O Bom Dia Brasil terminou com o Réquiem de Mozart e Rhapsody in Blue de George Gershwin. Ser testemunha disso tudo, dói. Com os fantasmas de Pearl Harbor. 7 de dezembro de 1941. Hiroshima. 6 de agosto de 1945. Nagasaki. 9 de agosto de 1945. New York, World Trade Center. 11 de setembro de 2001, desliguei a televisão.

Às 18,24 , de novo na CNN, em America Remembers vi Mr. Bush , de terno azul marinho, camisa branca, gravata azul, no Ponto Zero abraçando, beijando, dando autógrafos para familiares de vitimas do atentado. É... assim caminha a humanidade. Humanidade?


Carlos von Schmidt
São Paulo, 11 de setembro de 2002