Expressionismo alemão em cartaz
A Garota da Caixa 12 (dir.: Erich Schönfelder)
cartaz Joseph Fenneker, l927
Surpresa das boas foi encontrar em Brasília, na galeria Museu do Conjunto Cultural da Caixa, exposição de cartazes de filmes produzidos pela UFA .
A UFA, Universum Film AG, fundada em 1917 em Berlim foi responsável pelo que há de melhor do cinema alemão nos anos 20, 30 e 40.
Die Brücke
cartaz E.L. Kirchner,1910
Diretores como Fritz Lang, (1890-1976) , Friedrich Wilheim Murnau, (1889-1931) Ernest Lubitsch, (1892-1947) e atores como Emil Jannings, (1884-1950), Pola Negri , (1894-1987) e Marlene Dietrich, (1901-1992), foram responsáveis por filmes antológicos como O Anjo Azul, Fausto, Metrópolis.
Outros como, Madame Du Barry, O Gabinete do Dr. Caligari, Mabuse fazem parte desse conjunto de filmes notáveis.
Pós-guerra, o expressionismo alemão no cinema reflete o expressionismo nas artes plásticas, em evolução desde o início do século passado.
Os Pobres da Montanha de Erz
esboço de cartaz Egon Schiele,1913
A partir de 1905, com a atuação do primeiro grupo de artistas plásticos, que se autodenominavam expressionista, reunidos sob o nome de Die Brücke, A Ponte, as artes plásticas deram à palavra expressionismo o significado que perdura até hoje.
Mal vistos pela burguesia e marchands que os consideravam rebeldes e anárquicos, desconsiderados e ridicularizados pela crítica, foram também alvos da polícia que apreendeu o cartaz que Kirchner fez para a segunda exposição .
Esse cartaz, uma xilo, em preto e branco, anunciando a mostra, foi precursor dos cartazes produzidos para divulgação dos filmes da UFA.
Na história do cartaz do cinema expressionista este fato não é mencionado, sequer relatado, mas acredito piamente que tal relação existe.
Conceitualmente os cartazes dos filmes foram concebidos com as mesmas intenções do cartaz de Kirchner.
Metrópolis (dir.: Fritz Lang)
cartaz Werner Graul, 1925/26
Despertar a atenção do espectador era básico. Provocá-lo, fundamental.
Na Áustria, em Viena, outro artista expressionista, Egon Schiele , desenhava cartazes seguindo as mesmas premissas.
Os Nibelungos (dir.: Fritz Lang)
cartaz Martin Lechmann Steiglitz, 1922/24
Ao surgir com a UFA, o cartaz veio a público pleno de influências do expressionismo praticado com determinação há mais uma década, na Alemanha e na Áustria.
Essa influência está visível nos 30 cartazes criados por artistas e desconhecidos.
Cuidadosamente exposta pela Caixa, a mostra dos cartazes é um exemplo claro de curadoria competente e execução primorosa.
Dr Mabuse (dir.: Fritz Lang)
cartaz Theo Matejko, 1921/22
Desconheço o destino de O Cartaz da UFA – Estréias Cinematográficas 1918 - 1943. Mas, seria lamentável que essa exposição terminasse em Brasília dia 30 à noite.
A presença dessa mostra em outras capitais em que a Caixa opera, seria mais do que bem-vinda.
O Anjo Azul (dir.: Joseph von Sternberg)
cartaz TJ, 1930
Warum nicht ? Por quê não, como dizem os alemães...
Carlos von Schmidt
22 de maio de 2003 14horas10.
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